Para minha mãe, geminiana piradíssima, que sai do casulo a cada dia;
para Tandra, que observa e entende os animais;
e Edu Collins, pelo carinho do Sul e pela borboleta de La Fosse:
Há umas duas semanas, este é o nick de Tandra no msn.
Fiquei encucada com isso, até encontrá-la na Rua da Moeda.
- Ô Tandra, o que significa "a época das Borboletas Suicidas..."
- Ah! É chegado um tempo em que as borboletas sabem que já viveram tudo o que tinham para viver e começam a se jogar na frente dos carros, a meter a cara nas paredes, nas árvores, enfim, começam a provocar a partida desta vida.
- Caramba! - me assusto.
- E elas começam a provocar outros suicídios, porque vários pássaros morrem tentando comê-las em pleno vôo. Aqui no Marco Zero, muitos pombos são atropelados nesse movimento - completa calmamente ela.
Será que a chegada do nosso tempo de chuvas causa esse final do ciclo de vida delas.
Imagine o peso de um pingo de chuva sobre a asa de uma borboleta?
Por isso, elas se tornam kamikaze!
Quem quer continuar voando diante da ameaça dos temporais?
Isso me lembrou o filme A Balada de Narayama,
de Shohei Imamura,
que conta a história de de um tempo em que pessoas de regiões muito pobres do Japão tinham que se retirar para a montanha ao completar 70 anos e esperar sozinhos pela morte.
Minha mãe vai fazer 70 anos,
com a energia de quem ainda espreita de dentro do casulo.
Ao fim das tradições suicidas!!!
À vida!!!
Quem sabe novas rosinhas sejam um novo motivo para viver?
E viva Gustav!!!
8 comentários:
Eva, uma coisa linda de se ver e ler esse seu blog!
Viva Gustav, Viva mainha, Viva todas as geracões dessa família maluquinha e maravilhosa!
Amor,
Nana
Eva, considero você uma artista. Seu trabalho sempre me surpreende,
Bjs.
Ivani
Ave Maria... Continua... Venho muitas vezes aqui por semana pra viajar contigo... Obrigada, viu!!!
Beijocas
Lindo! Adoro isto! Assim estou... :) Beijos!
Massa Evinha,
Muito doce o teu blog, e o tema das borboletas suicidas, sobre o qual eu conversava com meu pai ainda ontem, me fascina pelo tema suicídio no seu lado mais filosófico, não o lado covarde, da saida dos mais fracos, mas o lado forte, dos que vêem nele mais uma opção de escolha para fazer pela própria vida, já que ela só pertence mesmo a um único dono e a ele devem ser dados todos os direitos, inclusive o de encerrar com ela. Tava lendo o romance QUANDO NIETZSCHE CHOROU e tem uma boa carga deste tema, mas uma frase é muito certeira, não lembro se exatamente com estas palavras, mas diz que cada pessoa deve ser dona da própria morte e este direito não lhe devemos retirar. Doidice? acho que não...
Suas borboletas, como j� disse, s�o na verdade mariposas, Evinha. As borboletas s�o doces e delicadas, mas as mariposas s�o muito mais... as primeiras s�o passivas, voam conforme o vento, sobem com o calor, descem com o frio. Mas as mariposas usam de seu direito de escolha, adentrando nossas casas, encarando-nos e desafiando-nos com sua liberdade. S�o felpudas e t�m o corpo mais grosseiro (s�o pequenos ursos de pel�cia). Gostam de brincar e dan�ar, se voc� cantar para elas alegremente. Do contr�rio, avan�am com v�os baixos se forem desrespeitadas com m�sicas como a do meu pai ("A mariposa, triste coitada, s� veio ao mundo para ser queimada"), o qual foi atacado v�rias vezes quando tirou onda com uma delas aqui em casa. Bem feito. Viva �s mariposas-ursos!! T�u, Tora ou Fernanda.
Menina, Amodoro essas rosas, já tentei fazer e não consigo, vou ver se consigo fazer algum curso na Liberdade aqui em São Paulo. Assim que conseguir te aviso.
Abreijos e parabéns por seus trabalhos são lindos.
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