4.5.17

Tenho um dragão que mora comigo.




Assim começa Os dragões não conhecem o paraíso, um dos contos mais devastadores de Caio Fernando Abreu, que fala sobre um ser que não reconhece o belo e o terno, que destrói tudo e deita-se sobre as cinzas.

Não, não é desse dragão que estou falando.
Na verdade, foi pelas dragães que me apaixonei, as dragoas mães, que se espelham e alimentam de vulcões. Talvez, devesse dizer vulcães, aqueles que acolhem, fertilizam, fortalecem, mas não matam. As dragães não chocam seus ovos. Preciosos, precisam ser espalhados pelo mundo bem escondidos até a hora da eclosão.  Lá de dentro, as draguinhas vão aprendendo, sem se contaminarem, tudo sobre a natureza e os seres humanos.
Todo mundo pode ter um, basta vasculhar fundo no coração. Lá estará um ovinho. Cuide bem dele, ajude nas pequenas explosões e sinta a força dessa criatura parceira crescendo com você, como Jorge deve ter sentido. 
As armas de Jorge são endógenas, sabia?





***
De que cor é o dragão que você teria em casa?

Em março, fiz uma enquete atendida de pronto por dezenas de amigos. Senti o prazer que todo mundo teve ao conceber suas respostas. A partir dela, surgiram dezenas de dragõezinhos, supercoloridos na primeira leva, feita exclusivamente para o niver de Thato.
Na segunda leva, me empenhei em atender às cores mais pedidas: azul, verde, vermelho e roxo. Para  compor, logo encontrei a kusudama Etna de Maria Sinayskaya e outras duas também dela com o topo das pirâmides abertas por onde a lava poderia sair. Estudei cores de vulcões, de suas lavas, e fiquei séculos matutando em como referenciar a Caldeira de Yellowstone - Uau! -, sendo salva por Sonobe. Esta produção estará disponível no Bazar Traga Sua Obra de Dia das Mães da MauMau.

Muito obrigada a todas que me acompanharam ao longo dessa fissura, verdadeira fenda mental coletiva.
Beijo grande!

Um comentário:

Maité disse...

Como é bom te ler e ver teus origamis. Prazer indescritível! ❤️